Por Trás da Letra

“Tempo Perdido” – Legião Urbana: O clássico dos clássicos

Se você fosse escolher um dos sucessos da Legião Urbana, qual seria? Escolha difícil, não? Uma coisa é certa: não há como negar que “Tempo Perdido” é o clássico dos clássicos da Legião.

Tanto que é a canção número 1 da banda no Spotify, ouvida 148.321.895 vezes. Como também a mais tocada da Legião, segundo o ECAD.

Bora então entender a história por trás desse grande clássico da Legião Urbana?

“Tempo Perdido” – Introdução marcante

A gente sabe como é importante a introdução numa música. Porque é o nosso primeiro contato com a canção. E tem um papel definitivo na nossa decisão em continuar ouvindo tal música ou não.

 E vamos combinar que nesse quesito a Legião Urbana soube se sair muito bem. Os primeiros acordes de “Tempo Perdido” são primordiais para o sucesso da canção. E quando executados nos shows da Legião, leva o público ao delírio, com a sua melodia linda.

Essa é “aquela” introdução que todo músico fã da Legião quer aprender a tocar. E Dado Villa-Lobos, guitarrista da banda, nos mostra como, em entrevista a Charles Gavin, no programa “O Som do Vinil”:

Reprodução:YouTube/Canal Brasil

“Tempo Perdido” – adaptação de duas músicas da Legião não gravadas

“Tempo Perdido” é uma adaptação de duas músicas nunca gravadas pela Legião: “1977” e “Gente Obsoleta”.

Durante a preparação do seu primeiro disco, a banda compôs “1977”, uma canção punk rock cuja letra inspirou “Tempo Perdidos”. Dá uma olhada só:

Reprodução:YouTube/Júlio Ettore

“Todos os dias quando acordo de manhã
 Não tenho mais o tempo do dia que passou
 Mas tenho muito tempo pra acabar com essa indecisão”

E a letra ficou assim em “Tempo Perdido”:

“Todos os dias quando acordo
 Não tenho mais o tempo que passou
 Mas tenho muito tempo
 Temos todo o tempo do mundo”

“1977” entraria no primeiro disco da Legião Urbana, mas a banda mudou de ideia.

Já a parte melódica de “Tempo Perdido” tem como inspiração “Gente Obsoleta”.

E foi composta por Renato Russo num dos encontros dele com André Pretorius. Pra quem não sabe, Pretorius, Renato e Fê Lemos fundaram o Aborto Elétrico, banda de punk rock que antecede a Legião Urbana.  

“Tempo Perdido”  e a semelhança com o som da banda The Smiths

Depois do lançamento de “Tempo Perdido”, muito se especulou sobre o som do single da Legião Urbana ser semelhante ao da banda inglesa The Smiths.

Em entrevista à MTV, Renato Russo conta exatamente o que aconteceu:

Reprodução:YouTube/MTV

O vocalista ainda afirma que, devido a forma de tocar da banda, a guitarra se tornou o único instrumento para a criação de melodia e harmonia:

Reprodução:YouTube/MTV

Sobre o álbum Dois

“Tempo Perdido” faz parte de “Dois”, segundo álbum da Legião Urbana. Essa é a canção preferida de Marcelo Bonfá, baterista da banda:

Reprodução:YouTube/Canal Brasil

Lançado em 1986, “Dois” contém singles que se tornaram clássicos da Legião como : “Quase Sem Querer”, “Eduardo e Mônica”, “Tempo Perdido”, “Química” e “Índios”.

“Ao passo que estamos nos distanciando do referencial externo – governo, política, estado, poluição – neste segundo a gente está super interiorizando. Não temos mais músicas como ‘Soldados’ e ‘O Reggae’, porque a gente já falou daquilo ali.
Não vou ficar a vida inteira falando da escola, agora estamos falando do relacionamento emocional e afetivo das pessoas.
No primeiro disco, a gente teve que bater na porta com muita força. Com o segundo, a gente pode falar as coisas sem precisar ficar gritando, porque a porta já está aberta.” –  Renato Russo

“Dois” vendeu mais de 900 mil cópias e está na 21ª posição da lista dos 100 maiores discos da música brasileira pela Rolling Stone.

“Dois” seria um álbum duplo

A ideia inicial da Legião era fazer de “Dois” um álbum duplo. E assim, a banda divulgaria as canções aos poucos, o que não agradou a gravadora, como conta Renato Russo:

Reprodução:YouTube/MTV

“O segundo disco a gente vai fazer como a gente quer” – Renato Russo

Embora a Legião Urbana não conseguisse realizar o projeto do álbum duplo, ela pôde gravar o segundo disco de acordo com o que a banda acreditava, a muito contragosto da gravadora:

Reprodução:YouTube/MTV

Síndrome do segundo disco

E ainda rolava aquela preocupação por parte do Renato Russo em o segundo disco não superar o primeiro:

Reprodução:YouTube/Canal Brasil

Resultado: Dois superou a vendagem inicial de 100.000 cópias do anterior. E foi disco de platina, com mais de 250.000 cópias apenas na época de lançamento.

As letras da Legião Urbana não seguem uma fórmula

Não tem como falar da Legião Urbana sem falar das suas composições. Suas letras não seguem uma fórmula. O que isso quer dizer? Que a Legião não tem um rótulo.

Suas músicas sempre estão relacionadas com o que a banda viveu naquele momento. Então, sim, eles podem surfar em diferentes subgêneros musicais, como conta Renato Russo:

Reprodução:YouTube/MTV

Mas todos os integrantes entram em consenso, “estão na mesma vibração” , como diz Renato:

Reprodução:YouTube/MTV

Identificação do público com as letras da Legião 

E por que o público se identifica com as letras da Legião? Se liga no que Renato Russo tem a dizer:

Reprodução:YouTube/MTV

A importância de Renato Russo

Todos sabem da importância de Renato Russo para a música brasileira. Ele levou o rock nacional para um outro patamar, com suas letras bem escritas e narrativas bem construídas.

Suas músicas, hora com engajamento político-social, hora sobre amor e coisas da vida, conseguem dialogar com o público. Há uma identificação das pessoas com as letras de Renato. E isso cria um laço eterno entre o artista e o público.

Nada melhor que os parceiros de banda, Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá, como também os artistas Dinho Ouro Preto e Charles Gavin, para falarem sobre o papel de Renato Russo na vida deles e na música brasileira:

Reprodução:YouTube/Canal Brasil

Reprodução:YouTube/Canal Brasil

“Ele honra uma tradição da música brasileira de textos bem feitos, bem construídos, com narrativas sobre a história do país, sobre a história de gerações.
 O rock brasileiro da década de 80, de não escrever uma letra apenas como complemento musical, que é algo típico do rock and roll. O que importa mais é a batida, o que importa mais é a melodia, o arranjo. E a letra, às vezes, tá em segundo plano. Não é o caso da nossa geração, é o que define Renato Russo.

Renato Russo é um dos maiores compositores da nossa geração. Ele sempre foi visto, dentro do nosso meio, como o intelectual do rock. Ele não é só uma pessoa muito culta que tinha ali. Ele era um cara que dominava a cultura pop rock como ninguém, mas aquela cultura pop rock jornalística.
Ele tinha o compromisso de fazer um texto com narrativas brasileiras que dialogassem diretamente com a nossa realidade social, cultural e política.” – Charles Gavin, em entrevista ao podcast Identidade Musical.

 

“Eu acho que o Renato é uma figura importante para a música popular brasileira. Não é um artista só do rock, ele transborda para outras plateias e dialoga com diferentes estilos. E encontra ressonância no Brasil inteiro. Todos conhecem Legião Urbana.

E eu acredito que o Renato é o maior artista do rock da nossa geração. Não tem ninguém à altura dele. A obra dele cresce cada vez mais , com o tempo.  
E eu acredito que é impossível você falar de MPB sem falar do Renato. Ele é uma parte muito relevante, muito importante.
Acho que, possivelmente dos anos 80 e 90, ele seja o maior da música brasileira.” – Dinho Ouro Preto, vocalista do Capital Inicial, para o Identidade Musical. 

 

Legião Urbana, segundo Renato Russo

Poderíamos escrever uma definição da Legião Urbana, mas deixemos isso com Renato Russo:

Reprodução:YouTube/MTV

Legião Urbana: o sonho tornou-se realidade

Quando Renato Russo formou a Legião Urbana com Marcelo Bonfá, a ideia inicial era só ter o baixo e a bateria, e eles convidariam amigos para a guitarra e vocais, mas não deu muito certo , como conta o vocalista da Legião:

Reprodução:YouTube/MTV

Então, mais tarde, depois de idas e vindas de alguns guitarristas, entra Dado Villa-Lobos em definitivo na guitarra. E Renato Rocha assume o baixo, tendo assim a formação clássica da banda.

E a Legião Urbana se firma como uma das maiores bandas do rock nacional:

Reprodução:YouTube/MTV

O sonho tornou-se realidade:

Reprodução:YouTube/Canal Brasil

Videoclipe de “Tempo Perdido”

Agora, aumenta o som e curta o clássico dos clássicos da Legião: “Tempo Perdido”

Reprodução:YouYube/Musicalverso

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[…] fato interessante narrado por Barone foi Os Paralamas do Sucesso ficarem conhecidos como uma banda de Brasília. Detalhe: João é de Seropédica, no Rio de […]

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[…] Koala, tendo exemplos de hits como o da própria banda dele, “1997”, além do clássico da Legião Urbana, “Faroeste […]

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[…] como Bob Marley, Cidade Negra, O Rappa, Legião Urbana e Barão Vermelho são referências na musicalidade da […]

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[…] conta com influências musicais de artistas como Raul Seixas, Legião Urbana, Zeca Baleiro, Alceu Valença, Pink Floyd, Guns n Roses, Jimi Hendrix e Alice in […]

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[…] de Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá. Que noite mágica! E aí a gente entendeu porque a Legião Urbana é uma das maiores bandas do rock […]

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[…] E quando a galera já aguardava o maior hit do cantor no final, eis que surge Tiago Iorc com um convidado especial: Dado Villa Lobos, guitarrista e compositor de uma das maiores bandas do rock nacional – a Legião Urbana. […]

1 ano atrás

I don’t think the title of your article matches the content lol. Just kidding, mainly because I had some doubts after reading the article.

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[…] “À Sua Maneira” quase não entrou no álbum “Rosas e Vinho Tinto” como conta Dinho Ouro Preto: […]

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