“220 Volts” – Banda Conteúdo Básico – Um amor em alta voltagem
Sabe quando você é adolescente e tudo ganha uma dimensão imensa? É pressão para estudar, para escolher uma carreira. E se a gente falar de amor então…A intensidade é o que prevalece. É assim “220 Volts”, da banda Conteúdo Básico, um amor em alta voltagem ao som de muito rock.
Quer saber mais sobre essa canção onde os hormônios em ebulição na adolescência ditam o seu modo de sentir e agir? Bora então continuar com a gente!
Tudo é intenso
Já reparou que tudo é intenso quando você é jovem? E se for falar em adolescente, a intensidade atinge o seu nível mais alto.
Tarefas do dia a dia como estudar, acordar cedo, chegar no horário certo da aula, arrumar o quarto se tornam um verdadeiro “tormento” na vida destes jovens.
E quando a pergunta é sobre a carreira que desejam seguir, aí é que o cérebro bugou. O motivo do bug? A gente poderia fazer uma lista como:
- Ainda é muito cedo para pensar nisso;
- Estou em dúvida entre uma carreira e outra;
- Posso pensar?
- É muita coisa pra eu decidir agora,
- Tenho outras prioridades neste momento.
Enfim, a imaturidade que nós temos quando adolescentes nos faz adiar escolhas importantes na nossa vida.
É o que nos leva a priorizar fatos não tão relevantes, mas que, naquela hora, são de suma importância.
Foi nesse clima de reafirmação na adolescência que surgiu a canção “220 Volts”, como conta Marcelo” Batata”, vocalista e baixista da Conteúdo Básico:
“Em meio a tantas pressões do mundo contemporâneo sobre as juventudes, podemos nos perguntar: o que um adolescente quer? Ser aceito entre os seus!
O que se cobra desmedidamente de um estudante do ensino médio? O futuro profissional e isso começa com a dúvida sobre em qual curso ele pretende ingressar!
Acontece que quando esse adolescente gosta de rock, baby, as coisas mudam e uma delas são as prioridades, quando se tem uma banda de rock então, nem se fala.”
O single teve como inspiração o relacionamento do vocalista com a namorada:
“Foi nesse período da pulsão hormonal, mais precisamente no ano de 2001, que a música 220 volts foi escrita.
Enquanto os colegas ao lado diziam “vou ser médico”, ou “vou ser engenheiro”, “vou ser policial”,
havia um sujeito que colava dos colegas inteligentes para passar de ano e assim ter mais tempo para paquerar sua garota. Melhor do que isso: e porque não compor uma canção pra ela?
Assim surgiu 220 volts e posso afirmar que aquele namoro foi muito mais relevante que qualquer graduação. Porque foi intenso, e por isso essa alta voltagem!
Porque foi naquele momento em que o adolescente mais quer trocar uns beijos e dizer “tô nem aí” para o mundo.
Ela, a garota, se foi, como diz a canção. E mesmo que me digam que memória é efêmera ainda sou capaz de sentir seu cheiro, de lembrar da sua face,
de pensar naqueles dias como se fossem um retrato, um quadro e lembrar de sua voz ao ouvir minha canção: Tudo que você faz será lembrado!
Posso ter perdido o canudo, mas ficou uma bela história!”
Quem é que inventou o amor
E “220 Volts” começa logo nos primeiros versos com aquela pergunta clássica de quem sofre por amor:
Reprodução:YouTube/Banda Conteúdo Básico
“Quem me diz, por favor
Quem é que inventou o amor
Me responda alguém
Nesse mundo de dor”
É um sentir tão profundo da alma como se a resposta amenizasse um pouco a dor de um coração partido.
Então, vem a lembrança dos melhores momentos de um relacionamento, da entrega total:
Reprodução:YouTube/Banda Conteúdo Básico
“Sentir sendo amado
A te desejar
Tão profundo, sincero
E sem medo de errar”
E o receio de não mais ter um amor intenso como aquele:
Reprodução:YouTube/Banda Conteúdo Básico
“Dessa flor
Hoje há medo
De não mais
Encontrar
Tão formosa
Tão cheirosa
Onde eu venha implorar
Um amor sem igual
Ou um jeito de amar”
Então, surge a negação da perda e,consequentemente, a culpa do fim de um relacionamento:
Reprodução:YouTube/Banda Conteúdo Básico
“Eu não perdi
Eu não quis
Não perdi
Que tirassem de mim
Quem falou que me amou”
Mensagem da canção
Toda canção tem uma mensagem. E está aberta a várias interpretações:
“Trata-se de uma história de amor, amor de dois adolescentes descobrindo a vida e conhecendo um ao outro.
Só que não é qualquer história, isso porque acaba sendo um registro que pode suscitar variadas novas interpretações.
Já escutei, por exemplo, impressões da letra como uma crítica social, devido ao questionamento inicial “o amor em um mundo de dor”.
Outros relataram uma interpretação relativa à dor daqueles que partem, em razão do trecho “não perdi, eu não quis, que tirassem de mim quem falou que me amou”.
Algo curioso e que faz parte da magia de qualquer música é que após escrita, composta e publicada ela passa a não mais ter um “dono” ou significado exclusivo.
Pode ser de quem quiser e com a interpretação mais pertinente à experiência de vida e à forma de ver e sentir o mundo de cada um. E isso é muito fascinante e envolvente.
Em que pese a mensagem seja de amor, retrata tal sentimento por viés mais fugaz, após o desgaste que muitas relações carregam ao longo do tempo, aliado aos anseios, rampantes e imediatismos tão marcantes na juventude, que tem a liberdade (sob todas as formas) como um preceito de vida, ao invés de obrigações, deveres e rotinas.”
Processo de Composição
“A letra foi sendo construída junto aos acordes do violão, à medida que as palavras eram manuscritas.
(…)
Lembro de tocar um trecho, experimentar o acorde e quando soava como os ouvidos queriam, preenchia e definia quais as passagens de cada parte da música.
(…)
Thiago (guitarrista) trouxe a distorção, o Járlei (baterista) deu vida a uma música que poderia ter um aspecto melancólico.
A composição dos arranjos, tanto do baixo, da guitarra e da bateria, até mesmo o vocal e as vocalizações buscaram propositadamente o caminho de uma sequência linear.
Tal escolha se deve às variações dos acordes, entendemos que as mudanças constantes na base supriam uma possível necessidade de solos, quebradas rítmicas.
Acredito que alcançamos o que fora almejado com a canção, a partir do acolhimento do que a letra queria dizer, de qual história queria contar, dando-lhe vida, “corporificando-a” de forma protagonista.” – explica Batata.
Sobre a Conteúdo Básico
Formada em 2005, Conteúdo Básico é um power trio de amigos da escola cujos caminhos se cruzaram após a dissolução das bandas das quais participavam.
Com Jajá na bateria, Thiago na guitarra e Batata no baixo e voz, a banda se apresenta em pubs e bares do cenário underground mineiro.
Em 2011, Conteúdo Básico abriu o show do Capital Inicial na Festa da Cerveja, em Divinópolis/MG, depois de vencer no processo seletivo de bandas por votação popular, com mais de quinze mil votos:
“Foi memorável, um dos melhores dias de nossas vidas, tocamos para mais de 30 mil pessoas e tivemos toda a estrutura que os grandes festivais oferecem aos grandes artistas.
Tivemos a convicção que era aquela vida que queríamos, que a música era parte integrante dos nossos corpos, corria viva em nossos sangues!” – conta Batata.
Com influências musicais de grandes bandas e artistas nacionais como Legião Urbana, Barão Vermelho, Titãs, Raul Seixas, Raimundos e Charlie Brown Jr., Conteúdo Básico se considera filhos do rock brasileiro:
“Nossa música carrega características principalmente do Rock Brasileiro, o qual ecoa misturado aos tambores da África, à rítmica indígena, ao rock/baião que Raulzito explicou, sem rótulos e “receitas de bolo”.
Nossas músicas dizem o que somos e quem somos. Expomo-nos diante dos outros, do desconhecido, da apreciação e do sentimento de alheio, levamos a nossa mensagem a lugares inimagináveis e nos sentimos bem por isso!”
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Videoclipe “220 Volts”
Agora, bora curtir “220 Volts”:
Reprodução:YouTube/Banda Conteúdo Básico
Olá Carolina, bom dia! Obrigado pelo registro! Foi legal ler e ver como construiu o texto.
O amor! Sempre ele nos movendo!
Marcelo vulgo Batata!