Por Trás da Letra

Como “Rio 40 Graus” se destaca das demais músicas sobre o Rio de Janeiro

Lá se vão 30 anos de “Rio 40 Graus”, e o grande sucesso de Fernanda Abreu ainda cai como uma luva nos dias atuais. Quer saber como “Rio 40 Graus” se destaca das demais músicas sobre o Rio de Janeiro?  É só seguir com a gente!

“Rio 40 Graus” – uma verdadeira crônica sobre o Rio de Janeiro

Que o Rio de Janeiro já foi inspiração para belas canções exaltando a beleza da cidade maravilhosa, nós já sabemos. Que o digam “Samba do Avião”, de Tom Jobim, e “Aquele Abraço”, de Gilberto Gil.

Mas uma música sobre a realidade do Rio, fora as belezas naturais, só foi visto pela primeira vez com “Rio 40 Graus”.

Composição de Fernanda Abreu, Fausto Fawcett e Claudio Laufer, “Rio 40 Graus” é uma verdadeira crônica sobre o Rio de Janeiro.

Fernanda Abreu conta justamente sobre isso em entrevista ao programa “Alta Fidelidade”:

Reprodução:YouTube/Alta Fidelidade

“Purgatório da Beleza e do Caos”

Os primeiros versos da canção definem bem esses dois lados da cidade maravilhosa: de ser ao mesmo tempo bela e caótica, e com a temperatura chegando aos 40 graus no verão:

 “Rio 40 Graus,

Cidade maravilha,

 Purgatório da beleza e do caos” 

E o caos é tanto no sentido da falta de organização da cidade quanto na desigualdade social visível no morro e no asfalto, como afirma Fernanda Abreu:

“ A gente continua com a sensação de que o Rio de Janeiro é o melhor e o pior do Brasil. É uma cidade que simboliza essa desigualdade social brasileira.” 

E ela ainda complementa:

Reprodução:YouTube/Alta Fidelidade

 Como a cantora mesma diz na canção:

“Capital do sangue quente do Brasil

Capital do sangue quente 

Do melhor e do pior do Brasil”

“Rio 40 Graus” e o funk carioca

Lançada em 1992, a canção ainda destaca um gênero musical pouco conhecido na época , cria da galera do morro – o funk:

 “ A novidade cultural

Da garotada

Favelada, suburbana

Classe média marginal

É informática metralha

Sub-uzi equipadinha

Com cartucho musical

De batucada digital”

E Fernanda Abreu fala sobre o seu primeiro contato com o funk e as influências do hip hop e da black music, tanto no seu primeiro álbum (“SLA Radical Dance Disco Club”) como no seu segundo (“SLA 2 Be Sample):

Reprodução:YouTube/Alta Fidelidade

“Rio 40 Graus” tão atual

Mesmo 30 anos depois de seu lançamento, “Rio 40 Graus” ainda permanece tão atual. O Rio continua enfrentando os mesmos problemas como corrupção, milícia, bandidagem e violência.

 E quando se escuta versos como “ Comando de comando, submundo oficial, comando de comando, submundo bandidaço”, parece que o tempo não passou.

Por isso, “Rio 40 Graus” torna-se uma das músicas mais importantes sobre o Rio de Janeiro:

Reprodução:YouTube/Alta Fidelidade

Fernanda Abreu – pioneira da música pop dançante e do sampler no Brasil

Quando a gente vê a trajetória da Fernanda Abreu, pode-se dizer que a cantora é uma artista visionária. Por que isso? É só analisar o início da carreira musical solo da cantora, no começo dos anos 90:

  • apostou numa técnica pouco conhecida e utilizada na música – o sampler;
  • acreditou que a música pop dançante era um gênero musical que se destacaria num mercado musical essencialmente de bandas de rock;
  • inseriu coreografias com misturas de estilos dançantes nas suas apresentações;
  • e ficou conhecida como a “mãe do pop dançante brasileiro”. 

 A cantora conta como foi essa relação da carreira dela com o pop:

Reprodução:YouTube/Sofá 89

E assim Fernanda Abreu deixa para sempre sua marca registrada na história da música brasileira. 

Videoclipe – “Rio 40 Graus”

Agora, aumenta o som e curte o som de “Rio 40 Graus”:

Reprodução:YouTube/Fernanda Abreu

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1 ano atrás

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